No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Rádio TRT FM traz uma entrevista sobre violência psicológica com Brisa Rigo, especialista em terapia cognitivo-comportamental e psicóloga do projeto Ampara Elas, uma associação que apoia mulheres vítimas de relacionamentos abusivos.
Confira a entrevista completa no Youtube da TRT FM
Confira os principais trechos da entrevista:
Quais são os tipos de violência psicológica e como identificar se está sendo vítima?
Brisa Rigo: Identificar a violência psicológica é um dos maiores desafios. Muitas mulheres passam anos em um relacionamento abusivo sem perceber. A violência psicológica pode se manifestar por meio de manipulação, controle excessivo, humilhação, comparações, invalidação e agressões verbais. Se a mulher sente medo de expressar sua opinião, ‘pisa em ovos’ para evitar discussões ou sente que está perdendo sua autoestima, são sinais de alerta.
A violência psicológica pode preceder outras formas de violência?
Brisa Rigo: Com certeza. A violência psicológica é a base de todas as outras formas de violência: patrimonial, sexual e física. Antes da agressão física, a mulher já passou por um processo de desvalorização emocional. Esse ciclo precisa ser identificado e interrompido antes que a situação se agrave.
Quais os traumas mais frequentes após um relacionamento abusivo?
Brisa Rigo: O transtorno de estresse pós-traumático é um dos mais comuns. A mulher pode desenvolver ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldades em confiar em outras pessoas. Muitas vezes, após o abuso, a mulher pode repetir padrões tóxicos em outros relacionamentos, seja como vítima ou reproduzindo comportamentos agressivos.
Como uma mulher pode buscar ajuda e sair desse ciclo de violência?
Brisa Rigo: O primeiro passo é o autoconhecimento e a informação. A terapia é uma ferramenta fundamental para fortalecer a mulher emocionalmente. Além disso, buscar independência financeira é essencial, pois muitas mulheres permanecem em relações abusivas por dependência econômica. Redes de apoio, como grupos terapêuticos e projetos como o Ampara Elas, são importantes para orientar e acolher essas mulheres.
Qual conselho você daria para mulheres que acabaram de sair de uma relação abusiva?
Brisa Rigo: O mais importante é desenvolver o amor próprio. Muitas mulheres são julgadas por priorizarem sua felicidade, mas colocar-se em primeiro lugar não é egoísmo, é necessidade. A saída de um relacionamento abusivo é um processo difícil, mas não impossível. Buscar apoio profissional e cercar-se de pessoas que respeitam e incentivam sua autonomia é essencial para recomeçar e reconstruir a própria vida.
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Portal TRT
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